Elas ensaiam desde o meio do ano, todos os sábados.
Conxitas surgiram em 2005 com 50 integrantes.
Luísa Brito
Do G1, em Olinda
Quem ouve o som de longe não imagina que o rufar dos instrumentos é provocado por um grupo de 150 garotas que criaram um grupo de maracatu exclusivamente feminino no carnaval de Olinda. As Conxitas, assim chamadas por causa do tecido que usam na confecção do figurino – a chita, já triplicaram de tamanho em apenas cinco anos de exsitência. Elas se apresentaram nesta segunda-feira (23) e no sábado (21) nas ladeiras de Olinda.
O grupo começou em 2005 e reunia cerca de 50 amigas que queriam batucar no carnaval. Com o tempo, a agremiação foi chamando a atenção das garotas que queriam fazer parte dessa batucada cada vez mais organizada. Hoje em dia, elas mantém uma oficina que ensaia todos os sábados, desde o meio do ano, para treinar as novas integrantes e as antigas para manter o compasso durante o desfile.
“Para entrar tem que saber tocar, fazer a oficina, não adianta vim pedir nas vésperas do carnaval”, diz a coordenadora do grupo, Eugênia Lima, de 25 anos. É na casa da família dela, no sítio histórico da cidade, que o bloco se concentra e se organiza antes de sair tocando pelas ruas da cidade. Segundo ela, o figurino, com temas regionais, foi pensado em conjunto pelas integrantes do grupo.
Não há idade limite para integrar o maracatu. A maioria tem entre 20 e 30 anos, mas há também quatro crianças, três delas filhas de conxitas, como se intitulam, e pessoas com pouco mais de 50 anos.
Este ano, a agremiação inovou com uma cantora e tocando músicas não carnavalescas, como canções de Reginaldo Rossi e Roberto Carlos, em ritmo de maracatu. A cantora usa um microfone e as outras integrantes ajudam no coro de mais de cem vozes. As conxitas são formadas também por um grupo de 30 dançarinas que vai na frente do maracatu abrindo alas para as batuqueiras.
Para poder desfilar sem atrapalhos em meio a uma multidão que lota as ruas da cidade, elas contam com os conxitos, maridos e namorados das integrantes que fazem um cordão humano de isolamento para garantir espaço para o bloco se apresentar. No carnaval de Olinda se apresentam de sexta-feira até a quarta-feira mais de 700 agremiações pelas ruas e ladeiras da cidade.
Veja a matéria
aqui.